Alonso Miguel visitou áreas de intervenção do Projeto LIFE BEETLES na ilha Terceira
Secretaria Regional do Ambiente e Ação Climática
O Secretário Regional do Ambiente e Ação Climática, Alonso Miguel, visitou, esta semana, as áreas de intervenção do projeto LIFE BEETLES, na Terra Brava, na ilha Terceira, no âmbito da visita final de monitorização efetuada por parte da Comissão Europeia, através da CINEA.
O LIFE BEETLES, recorde-se, é um importante projeto de conservação da natureza, que teve início em 2020 e que termina no final de 2025, que representa um investimento de 1,76 milhões de euros, comparticipados em 55% pela União Europeia, com o objetivo aumentar a área de distribuição, o tamanho das populações e estado de conservação de três espécies de escaravelhos endémicos dos Açores: o carocho-da-terra-brava (Trechus terrabravensis), na ilha Terceira, o escaravelho-cascudo-da-mata (Tarphius florensis), na ilha das Flores, e o laurocho (Pseudanchomenus aptinoides), na ilha do Pico.
“No caso particular da ilha Terceira, os trabalhos concentraram-se na deteção precoce e na remoção de espécies de flora invasora em áreas pristinas, como a Caldeira da Serra de Santa Bárbara, a Lagoa do Pinheiro e a Terra Brava”, referiu Alonso Miguel.
O Secretário Regional do Ambiente e Ação Climática lembrou que “em resultado da execução das medidas previstas no projeto LIFE BEETLES, verificou-se um aumento significativo das populações das 3 espécies-alvo, designadamente um crescimento de 60% no caso do carocho-da-terra-brava, de mais de 200% no que se refere ao laurocho, e em cerca de 250% no caso do escravelho cascudo-da-mata, nas Flores, num registo impressionante que demonstra claramente o sucesso da implementação deste projeto ao longo destes seis anos”.
O governante com a tutela do ambiente realçou que “o projeto LIFE BEETLES, interveio numa área total de 354 hectares, distribuída pelas ilhas Terceira, Flores e Pico, onde decorreram trabalhos de controlo de flora invasora, implementação de soluções de engenharia natural, e de plantação de cerca de 27 mil exemplares de plantas endémicas”.
Alonso Miguel sublinhou também que “este projeto permitiu investir cerca de 900 mil euros na ilha Terceira, 400 mil euros no Pico e mais de 300 mil euros nas Flores, o que permitiu a criação de 10 postos de trabalho diretos, a formação de operacionais e a capacitação e apetrechamento dos serviços de ambiente e ação climática destas três ilhas, com equipamentos e ferramentas importantes para os trabalhos de preservação da biodiversidade e conservação da natureza”.
O Secretário Regional destacou ainda o importante contributo, do projeto LIFE BEETLES, para a promoção da educação e sensibilização ambiental nos Açores, através da dinamização de mais de 50 atividades de voluntariado e da realização de mais de 300 atividades de sensibilização ambiental, que abrangeram mais de seis mil pessoas”.
“Foi criado também um jogo didático dedicado à conservação da natureza, que foi distribuído por todas as escolas dos Açores, e de uma exposição itinerante de macrofotografia, que percorreu as três ilhas abrangidas pelo projeto, contribuindo de forma muito significativa para o reforço da literacia ambiental, bem como para esclarecer o público em geral, e muito em particular junto das nossas escolas, a importância da preservação destas espécies e dos seus habitats naturais, que prestam relevantes serviços de ecossistemas às populações”, prosseguiu.
Alonso Miguel lembrou que “na Região estão em curso quatro projetos LIFE coordenados pela Secretaria Regional do Ambiente e Ação Climática, três deles dedicados à conservação da natureza e um outro à mitigação e adaptação aos efeitos das alterações climáticas, e que, no seu conjunto, representam um investimento superior a 40 milhões de euros”.
O responsável pela tutela do Ambiente concluiu sublinhando que “os projetos LIFE, munidos de uma forte comparticipação comunitária, assumem-se como instrumentos financeiros e operacionais decisivos para reforçar a capacitação da Região”.
E acrescentou: “para além de fornecerem conhecimento científico, capacidade técnica e recursos financeiros essenciais à proteção do ambiente, à conservação da natureza e à preservação da biodiversidade, constituem um pilar fundamental para que os Estados-Membros possam cumprir de forma eficaz as metas estabelecidas pela Lei do Restauro da Natureza”.
“O projeto LIFE BEETLES deixa um importante legado de conhecimento, de capacitação técnica e de melhoria dos ecossistemas naturais dos Açores, com reflexos diretos na preservação da biodiversidade e na segurança e bem-estar dos Açorianos”, concluiu.
A visita de monitorização, que decorre até hoje, na Terceira e no Pico, contemplou visitas às áreas de intervenção nestas duas ilhas, bem como diversas reuniões para dar a conhecer os trabalhos desenvolvidos e dos resultados obtidos durante a implementação do projeto na Região.