Desafios demográficos e de saúde pública exigem “esforço conjunto” para “mudar estruturalmente a sociedade” açoriana, sublinha Artur Lima
Vice-Presidência do Governo Regional
O Vice-Presidente do Governo Regional dos Açores, Artur Lima, presidiu, hoje, em Ponta Delgada, à sessão de abertura do evento “Rumo às Blue Zones: Como a Transformação Digital Promove a Longevidade”, organizado pelo INOVA – Instituto de Inovação Tecnológica dos Açores.
A iniciativa parte do conceito das Blue Zones, cinco regiões de todo o mundo - Okinawa (Japão), Sardenha (Itália), Nicoya (Costa Rica), Icária (Grécia) e Loma Linda (Califórnia, EUA) – reconhecidas pela elevada longevidade das suas populações, para refletir e promover a longevidade nos Açores, assumindo a qualidade de vida como prioridade.
O Vice-Presidente do Governo principiou por referir a “importância extraordinária” do evento promovido pelo INOVA, por “colocar na ordem do dia, mais do que a longevidade, o envelhecer com qualidade”.
As cinco Blue Zones “são histórias de sucesso sobre a longevidade local. São histórias de sucesso sobre hábitos saudáveis, propósito, pertença ou valorização da vida familiar”, afirmou.
Face aos desafios demográficos e de saúde pública da Região, Artur Lima salientou que é necessário existir “uma vontade abrangente, global, da criança ao avô, incluindo agentes políticos, económicos, financeiros e sociais” para “se mudar estruturalmente a sociedade”.
“Se não for um esforço conjunto, não chegamos lá”, disse.
No decorrer da sessão de abertura, o Vice-Presidente lembrou que a esperança média de vida nos Açores é inferior à da registada em Portugal continental.
“A nossa esperança média de vida diminuiu e isso deixa-me profundamente entristecido”, referiu.
“Nós vivemos menos na esperança de vida à nascença, e na esperança de vida a partir dos 65 anos. E aqui entra a responsabilidade do Estado português na nossa qualidade de vida, enquanto responsável pela equidade dos seus cidadãos, quer vivam no Corvo ou em Lisboa”, sublinhou.
Em referência à Anteproposta de Lei sobre a idade de reforma na Região submetida este ano pelo Governo dos Açores, Artur Lima defendeu que os “açorianos se devem se reformar na idade justa, e a idade justa são menos dois anos e oito meses do que um continental. É uma questão de justiça. De equidade social. É um direito”.
Segundo o Vice-Presidente do Governo, “os idosos vivem com mais qualidade de vida nos Açores do que em Portugal continental”.
E prosseguiu: “Vivemos menos, mas existiu uma boa aposta, contínua, na resposta social nos lares, nas IPSS ou nos centros de dia”.
No entanto, “essa aposta tem de ser feita noutras, em áreas estruturais, nomeadamente nos fatores que determinam a esperança de vida”, reforçou.
Aludindo ao programa “Novos Idosos”, Artur Lima relevou que este é “absolutamente estrutural” para os Açores, lembrando que os resultados do inquérito revelam 100% de satisfação”.
O programa permite “envelhecer em casa, com qualidade de vida, junto da família e da sua comunidade e dos seus pertences. Este é um passo a caminho das Blue Zones”, asseverou.