Conhecimento é “chave para sociedade próspera e resiliente”, destaca Artur Lima
Vice-Presidência do Governo Regional
O Vice-Presidente do Governo Regional dos Açores, Artur Lima, participou na terça-feira, na qualidade de decisor político, numa sessão dedicada ao tema “Ligar o Conhecimento à Ação: Ciência Inclusiva para um Futuro Oceânico Sustentável", no âmbito do One Ocean One Science Congress, que decorre em Nice, França.
Durante a locução, o Vice-Presidente do Governo principiou por referir a condição ultraperiférica dos Açores, que impõe “desafios sociais e económicos consideráveis”.
Esta perspetiva “pode ser também considerada no domínio científico”, prosseguiu.
“Alavancar o ecossistema de inovação e investigação dos Açores significa ultrapassar barreiras distintas, mesmo considerando o mundo interconectado atual”, sublinhou Artur Lima.
Para o Vice-Presidente do executivo, o mar é central para o desenvolvimento sustentado da Região, constituindo-se como “autoestrada de ligação e transporte de bens e pessoas para, e entre as nove ilhas”.
“O mar é, há muito tempo, fonte de riqueza, através da atividade da pesca ou, mais recentemente, a partir do conhecimento”, considerou.
As políticas e investimentos do Governo dos Açores trouxeram “o reconhecimento internacional pela capacidade açoriana” no setor do mar, salientou Artur Lima.
Em resposta a questão sobre o contexto dos investigadores da Região em início de carreira, o Vice-Presidente lembrou o programa de doutoramentos criado pelo Governo Regional: “abrimos mais concursos, aumentámos a sua previsibilidade, atualizámos o valor das bolsas”, enumerou.
“Os Açores perdem cerca de mil habitantes por ano”, sendo por isso “extremamente importante atrair e reter capital humano, em particular aquele que é altamente qualificado”, vincou Artur Lima.
Nos últimos quatro anos, a Região investiu “cerca de 5,5 de euros milhões em projetos de investigação”, estando atualmente previstos “cinco milhões em projetos pré-aprovados”, referiu o Vice-Presidente. Deste último montante, perto de um milhão é “dedicado especificamente a projetos liderados por jovens investigadores”, concluiu.
Artur Lima destacou ainda o investimento corrente na tripolaridade da Universidade dos Açores, assim como em tecnologia avançada na área das ciências do mar, como o MARTEC, Parque de Ciência e Tecnologia em construção no Faial, a futura Zona Livre Tecnológica (ZLT) também prevista para a mesma ilha, ou a construção de um navio de investigação com capacidade para investigar o fundo oceânico.
“O conhecimento é chave para uma sociedade próspera e resiliente, e o oceano é parte disso”, concluiu o Vice-Presidente do Governo.
No encerramento da sessão, foi reservado um momento para perguntas e respostas com o público. Interpelado acerca da sua perceção sobre a relação entre ciência, sociedade e política, o Vice-Presidente teve a oportunidade de salientar que “todas as partes têm de ter noção das suas valências e limitações, e desta interação deve resultar uma relação de simbiose, sendo que no fim há um ganho mútuo para todas as partes. A ciência deverá ser sempre desenvolvida com propósito”.
O painel “Ligar o Conhecimento à Ação: Ciência Inclusiva para um Futuro Oceânico Sustentável" contou com a moderação de Elisabetta Balzi, da Direção-Geral de Investigação e Inovação da Comissão Europeia e Sieglinde Gruber, especialista sénior da Comissão Europeia.
O Ocean One Science Congress insere-se na “Conferência dos Oceanos das Nações Unidas 2025”, que acontece em Nice, França.