Berta Cabral afirma que Estratégia Açoriana para a Energia 2030 é ambiciosa e visa a descarbonização e o aumento das energias renováveis
Secretaria Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas
A Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, defendeu na quarta-feira, em Ponta Delgada, que a Estratégia Açoriana para a Energia 2030 “é um documento orientador com metas ambiciosas para a descarbonização da economia regional e para o aumento de fontes de energia renovável”.
A governante, que falava na sessão de abertura do CE4EUI - Clean Energy For EU Islands - Fórum 2025, adiantou que o objetivo é “reduzir drasticamente a dependência de combustíveis fósseis e avançar para uma maior autonomia energética, baseada na eficiência e sustentabilidade”.
E prosseguiu: “Até 2030, pretendemos reduzir o uso de gás butano em 50%; aumentar a eficiência energética em 25% no transporte terrestre; aumentar a eficiência energética em edifícios em 28%; melhorar a eficiência energética em 40% nas empresas; alcançar 70% de eletricidade renovável; melhorar a eficiência energética em 33%; e reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 40%”.
No entanto, Berta Cabral apelou à cautela neste processo, referindo que “a transição verde é necessária e desejável, mas requer uma abordagem responsável, sustentada e tecnicamente sólida. O recente apagão que afetou vários países, especialmente Espanha e Portugal, deve servir como alerta sobre os riscos que podem surgir num sistema elétrico cada vez mais complexo”.
Berta Cabral considerou que a Iniciativa Energia Limpa para as Ilhas da UE “é uma ferramenta essencial para alcançar um dos objetivos mais importantes do nosso tempo: a transição energética”.
Na sua opinião, as ilhas europeias “devem ser vistas como laboratórios vivos que podem facilitar essa transição. Esta é uma oportunidade e uma prioridade que não podemos perder, e a iniciativa 'Energia Limpa para as Ilhas da UE' tem sido um catalisador chave para mobilizar, capacitar e financiar essa transformação”.
“Os Açores estão comprometidos com este processo e até foram uma das primeiras regiões insulares a aderir à iniciativa. Vamos aproveitar ao máximo a cooperação, assistência técnica e recursos que ela proporciona, e vamos trabalhar para traduzir esse compromisso em ação, projetos concretos e resultados mensuráveis”, disse.
A Secretária Regional da tutela referiu, ainda, que este desafio é ainda mais exigente para os Açores.
E justificou: "somos uma região ultraperiférica, composta por nove ilhas, com nove microrredes independentes, sem interconexão, capacidade de armazenamento limitada e reduzida capacidade de resposta a eventos extremos. Por isso, devemos gerir a transição com estabilidade e com os pés firmemente assentes na realidade tecnológica e financeira”.
Berta Cabral assegurou, por outro lado, que o Governo dos Açores continuará a seguir o caminho de desenvolvimento sustentável com determinação, explorando todas as possibilidades técnicas e financeiras para promover a descarbonização da economia e maior utilização de energias limpas.