29 de Abril 2025 - Publicado há 14 horas e 29 minutos
Berta Cabral destaca importância das Jornadas Atlânticas de Turismo para valorização do setor nas ilhas da Macaronésia
location Porto Santo

Secretaria Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas

A Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas defendeu hoje, na ilha do Porto Santo, que os arquipélagos da Madeira, Açores e Cabo Verde “são exemplo da forma como o Atlântico pode moldar não só as paisagens, mas também a identidade e o caráter das suas gentes”.

Berta Cabral falava, em representação do Presidente do Governo dos Açores, nas III Jornadas Atlânticas de Turismo, que se realizaram na ilha do Porto Santo.

A governante manifestou “orgulho e entusiasmo por ver os Açores associados, através do município das Velas, a este movimento de valorização do turismo na Macaronésia, patrocinado também pelos municípios de Porto Santo e do Sal. Esta é uma rede de territórios com muito em comum, que deve ser projetada no seu todo e afirmar-se como uma oferta diferenciadora no contexto internacional”.

“Açores, Madeira e Cabo Verde partilham inúmeros pontos de contacto: insularidade; origem vulcânica; riqueza e diversidade paisagística; tradições culturais; e uma história marcada por desafios idênticos, superados pela resiliência e pela alma dos nossos povos. Estes elementos, aliados à autenticidade das nossas comunidades e à forma como soubemos preservar os nossos recursos, conferem à Macaronésia um caráter singular e um potencial turístico inigualável”, adiantou.

Segundo Berta Cabral, “o desenvolvimento do turismo em ilhas remotas e de pequena dimensão comporta dificuldades acrescidas: maior dependência das acessibilidades externas; vulnerabilidade às alterações climáticas; fragilidade das economias locais; e limitações infraestruturais”.

Mas sublinhou: “são estas especificidades que nos tornam territórios tão únicos e tão desejados por quem procura experiências autênticas, envolventes e sustentáveis”.

E prosseguiu: “É essa visão de sustentabilidade que tem norteado o turismo dos Açores nos últimos anos e que nos levou a alcançar, em 2024, o Nível Ouro na certificação como «Destino Sustentável» da EarthCheck - somos o primeiro arquipélago do mundo com esta distinção. Recebemos ainda os galardões de «Melhor Destino de Turismo de Aventura do Mundo», pelo segundo ano consecutivo, e de «Melhor Destino de Aventura da Europa», pela quarta vez em cinco anos”.

A Secretária Regional da tutela adiantou que estes reconhecimentos são a consequência natural de políticas acertadas, de um trabalho consistente e exigente, feito com base numa visão clara de desenvolvimento sustentado, com resultados evidentes: em 2024, os Açores ultrapassaram os 4,2 milhões de dormidas (+12,4% face a 2023) e superaram os 200 milhões de euros de proveitos na hotelaria e no alojamento turístico, com um crescimento de cerca de 19%.

Com o turismo a representar já cerca de 20% do Valor Acrescentado Bruto da Região, 17% do PIB e 17% do emprego, Berta Cabral sublinhou que este setor se assume, cada vez mais, como um verdadeiro motor da nossa economia, com um efeito transversal e multiplicador em todos os outros setores económicos.

Todavia, sublinhou, “mais importante do que crescer muito, é crescer bem”

“É por isso que nos orgulhamos de dizer que estamos a crescer mais em valor e qualidade do que em quantidade. Estamos a promover um crescimento qualitativo e de impacto positivo para projetar um desenvolvimento turístico que se distribui de forma equilibrada por todas as ilhas e ao longo de todo o ano”, declarou.

Foi neste sentido que o Governo do Açores assumiu como o desígnio estratégico fundamental “turismo todo o ano e em todas as ilhas”.

Para Berta Cabral, a mitigação da sazonalidade e a dispersão dos fluxos turísticos não são apenas metas logísticas, mas sim “exigências sociais e territoriais de um desenvolvimento mais justo para as comunidades. Este caminho exige a qualificação da oferta e das pessoas”, até porque a qualidade da experiência turística depende da qualidade dos serviços, dos produtos e, sobretudo, dos profissionais.

“Os guias, os animadores turísticos, os empresários locais, são peças-chave na construção do valor turístico de um destino e da construção da sua imagem exterior. São eles que dão rosto, voz e emoção às experiências que os visitantes levam consigo. São eles os verdadeiros embaixadores da nossa hospitalidade e do nosso modo de vida”, frisou.

Nos Açores, existem hoje mais de 590 empresas licenciadas de animação turística, o dobro das registadas em 2015.

Berta Cabral aproveitou a oportunidade para destacar a Rede Regional de Percursos Pedestres como um dos produtos mais emblemáticos do turismo de natureza nos Açores: são mais de 800

quilómetros de trilhos homologados, em constante expansão, que permitem aos visitantes explorar paisagens deslumbrantes e conectar-se com as comunidades locais.

A governante referiu-se também ao projeto “Rotas Açores – Itinerários Culturais e Paisagísticos”, que representa uma aposta estratégica na valorização da identidade coletiva açoriana.

“Com itinerários que incluem a Rota da Baleação, a Rota das Vinhas, a Rota dos Vulcões, e, brevemente, a Rota das Explorações Marítimas e a Rota Industrial, pretendemos mostrar ao mundo a riqueza e diversidade da cultura açoriana, com temas que se cruzam igualmente com os demais territórios da Macaronésia”, disse.

A finalizar a sua intervenção, a Secretária Regional referiu que eventos como estas Jornadas Atlânticas de Turismo são essenciais, porque “são momentos de partilha, de aprendizagem e de construção de pontes entre territórios, que sozinhos são deslumbrantes, mas em conjunto são uma força turística”.

“E é isso que espero. Que daqui possam surgir sinergias, projetos conjuntos e o reforço de redes de colaboração entre os nossos arquipélagos, capazes de tornar a Macaronésia num destino “per se” – uma oferta única no mundo, onde o Atlântico se cruza com a diversidade cultural e natural dos nossos povos”, concluiu.

© Governo dos Açores | Fotos: SRTMI

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