Berta Cabral enaltece interação da Universidade dos Açores com Governo e privados na procura de soluções para o progresso
Secretaria Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas
A Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas defendeu, esta quarta-feira, em Ponta Delgada, que o trabalho de interação que a Universidade dos Açores tem vindo a desenvolver com empresas e entidades governativas é muito importante, uma vez que “procura discussões e soluções úteis para o progresso económico e social”.
“É essa a base da ‘Hélice Triplice’ que sustenta a criação de valor tecnológico baseado no conhecimento e passível de aplicação concreta na resolução de necessidades reais. É uma riqueza de conhecimento imensa, que temos o dever de aproveitar e alavancar para o desenvolvimento dos Açores como destino turístico de nível superior”, adiantou Berta Cabral, falando no seminário "Excelência e Sustentabilidade no Turismo - Criando experiências, superando expetativas", realizado na Universidade dos Açores.
Berta Cabral recordou que o Plano Estratégico e de Marketing para o Turismo dos Açores (PEMTA 2030) conduz a Região “para novos patamares de excelência”.
E justificou: “De forma consciente e estrategicamente desafiadora, definimos a sustentabilidade como o pilar central, procurando responder a quatro grandes objetivos: consolidar internacionalmente os Açores enquanto destino sustentável; reduzir a sazonalidade e distribuir os fluxos pelo território; elevar os padrões de qualidade e gerar mais valor; alavancar a notoriedade junto do consumidor final”.
“Este plano não visa apenas atrair visitantes, pois incorpora também a missão de afirmar o turismo dos Açores pela qualidade e pela diferenciação. Há muito tempo que no turismo já não basta ter um bom produto ou um bom serviço. O turismo é, cada vez mais, feito de vivências e emoções, de interações com significado e de momentos de imersividade e abstração”, sustentou ainda
Na prática, referiu a governante, o turismo “é feito de experiências tendencialmente memoráveis, que rompem com a rotina diária, mas que colocam o turista perante uma avaliação face às suas expetativas, fantasias e idealizações. A capacidade de responder assertivamente a este novo paradigma é o segredo do sucesso dos melhores destinos do mundo”.
“Temos sabido acompanhar essa tendência nos Açores, construindo, de forma consistente, uma proposta de valor coerente e uma imagem externa adequada à tipologia e à qualidade da nossa oferta turística”. Um facto que se comprova com os números do desempenho turístico dos últimos anos, que dão conta de que os Açores têm vindo sucessivamente a bater recordes e de forma sustentável”, disse.
O último ano foi o melhor de sempre para o turismo açoriano, com mais de 3,8 milhões de dormidas e uma receita recorde na hotelaria de cerca 158 milhões de euros, e com crescimentos de 14,4% nas dormidas e de 23% nos proveitos da hotelaria relativamente a 2022 - comparando com 2019, assiste-se a um aumento de quase 30% nas dormidas e mais de 50% nos proveitos.
Como adiantou, estes indicadores revelam “a elevação da qualidade e da sustentabilidade do destino Açores, uma vez que o crescimento em receitas foi muito superior ao crescimento em dormidas, significando que um crescimento mais em valor do que em quantidade”.
Os vários prémios e reconhecimentos internacionais atribuídos à Região são também o testemunho da evolução qualitativa do destino Açores e um fator-chave para a consolidação da notoriedade externa.
“Este reconhecimento é fruto do trabalho que tem vindo a ser feito em toda a cadeia de valor do setor, envolvendo entidades públicas e privadas. Não deixamos, porém, de estar conscientes daquilo que é preciso continuar a fazer, compreendendo que os Açores são um destino jovem, ainda com muito potencial para explorar e crescer”, frisou.
No entanto, a governante sublinhou ser elevada “a responsabilidade conjunta de continuar a desenvolver proactivamente a oferta turística, trabalhando para elevar a estruturação, a qualidade e a consistência da experiência e dos serviços à disposição disposição dos turistas”.
Berta Cabral defendeu como fundamental o investimento na qualificação dos recursos humanos, na melhoria contínua dos serviços e na inovação dos produtos atuais e das práticas de gestão, bem como na criação de novos produtos, permitindo que as infraestruturas também se atualizem e evoluam face às necessidades do setor.
“Estamos muito empenhados nesta matriz de pensamento, procurando potenciar os melhores recursos à nossa disposição para criar cada vez melhores experiências para os nossos visitantes.
Temos, neste aspeto, um rumo claro onde a nossa natureza – em terra ou em mar – e a nossa natureza humana se destacam como pedras angulares da nossa estratégia de valorização do território”, acentuou.
Destacando o turismo de natureza como produto prioritário, alicerçado em recursos naturais inigualáveis, a governante também disse que “o turismo cultural assume cada vez mais maior protagonismo, reforçando o papel da natureza humana e da genuinidade na valorização dos Açores enquanto destino turístico de eleição”.
“Estamos a preservar as nossas tradições e história, mas sobretudo a reconhecer as nossas comunidades, valores, costumes e vivências. O turismo só é bom enquanto for bom para quem nos visita e, acima de tudo, para quem cá vive”, acrescentou Berta Cabral.
A secretária da tutela defendeu a necessidade de se “ponderar, de forma construtiva, novas políticas de desenvolvimento turístico”, sendo inevitável olhar a tecnologia como mecanismo de gestão e de apoio a esta decisão, mas “vital interpretar de forma crítica os sinais do mercado e do território no que concerne ao desenvolvimento da oferta de restauração, de alojamento e de tantos outros serviços de suporte”.
Sendo o principal desafio do setor a mitigação da sazonalidade, Berta Cabral reiterou o objetivo de ter turismo todo o ano em todas as ilhas, afirmando: “A sazonalidade é um desafio estrutural, típico da indústria turística e intensificado pela nossa localização geográfica, que causa perturbações na consistência da oferta e na previsibilidade do rendimento gerado na economia”.
“A aposta que temos feito em determinados produtos, como o turismo cultural, o turismo de bem-estar ou o turismo gastronómico e de vinhos, é uma forma de procurar combater a sazonalidade, a que se juntam iniciativas no âmbito da promoção externa, quer através de campanhas especiais, quer através do estímulo à expansão do período de operação de rotas aéreas internacionais”, concretizou.