Intervenção da Secretária Regional da Saúde e Segurança Social
Secretaria Regional da Saúde e Segurança Social
Texto integral da intervenção da Secretária Regional da Saúde e Segurança Social, Mónica Seidi, proferida hoje, na Horta, na apresentação do Programa do XIV Governo Regional dos Açores:
“Os açorianos reconheceram e manifestaram a sua confiança no trabalho desenvolvido nos últimos três anos de governação, pois o nosso foco esteve sempre nas pessoas e no seu bem-estar, e é assim que queremos continuar a trabalhar diariamente.
O XIV Governo Regional continuará a assumir os cuidados de saúde como uma prioridade, sendo a capacitação do Serviço Regional de Saúde com meios humanos e materiais um forte complemento deste compromisso.
Queremos continuar a nossa aposta em ter um Sistema de Saúde de proximidade e de resposta célere, assente em cinco prioridades:
1 - A humanização do sector para cuidar de quem precisa;
2 - A promoção da saúde e a prevenção da doença;
3 - A igualdade no acesso à saúde;
4 - A complementaridade entre as instituições do Serviço Regional de Saúde;
5 - A articulação com o setor privado e social para combater eficazmente as listas de espera;
Prioridades que só se alcançam se os profissionais de saúde, o maior ativo do Serviço Regional de Saúde, se sentirem parte integrante deste processo.
Não iremos, por isso, descurar os nossos compromissos de continuar a valorizar de forma justa as carreiras do setor da Saúde. E são eles:
- As carreiras dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica da Região Autónoma dos Açores;
- Reposicionar os enfermeiros gestores e os enfermeiros especialistas do escalão intermédio sem que percam pontos e negociar o pagamento dos retroativos das valorizações anteriores;
- Na carreira médica, este será o tempo de proceder à avaliação de desempenho destes profissionais, estava congelada desde 2008;
- E finalmente poderemos integrar os contratos covid-19;
Hoje trago comigo confiança - porque já fizemos tanto em tão pouco tempo, e podemos fazer muito mais.
E aquilo a que nos propomos é ambicioso.
Para os doentes crónicos, em breve passará a ser possível, e com recurso a uma plataforma informática, o levantamento da medicação habitual diretamente nas farmácias, sem intervenção do centro de saúde, simplificando assim este processo.
Reconhecendo que a principal queixa dos nossos utentes é o tempo de espera não só para cirurgias, mas também para exames e consultas, iremos trabalhar em soluções para a sua melhor e mais rápida resolução, nomeadamente:
- A Criação da Lista de Espera única e centralizada para consultas e exames, possibilitando ao utente acompanhar a sua posição de forma mais transparente, o que será uma mais-valia para a boa gestão dos Tempos Máximos de Resposta Garantida;
- Para dar resposta aos Cuidados de Saúde Primários no âmbito das consultas de especialidade e exames complementares de diagnóstico, iremos concluir a implementação do cheque saúde;
- A nível hospitalar, o programa DIAGNOSIS será o programa de recuperação de listas de espera para consultas de especialidades não cirúrgicas e exames, sem descurar a implementação de medidas para o aumento da produtividade dos serviços públicos nos tempos normais de atividade e a sua avaliação permanente.
O nosso maior propósito é o de desenvolver e implementar políticas que melhorem o atendimento aos nossos utentes, assim como a sua qualidade de vida, menorizando, sempre que possível, o efeito da doença.
Assim, iremos priorizar a implementação de projetos que assentam em cuidados de saúde de maior proximidade, como o alargamento do projeto “enfermeiro de família” a todas as ilhas, projeto este em que os Açores são pioneiros.
Apostaremos também na hospitalização domiciliária como alternativa ao internamento convencional, possibilitando que o utente, desde que tenha condições clínicas e sociais, seja tratado em sua casa.
Reconhecendo as dificuldades que o Serviço Regional de Saúde tem de ultrapassar, e que também são fruto da nossa condição arquipelágica, o Hospital Digital será uma verdadeira medida transformista para os nossos utentes e profissionais de saúde.
Desde já por garantir uma melhoria significativa no acesso do utente ao Serviço Regional de Saúde, e também por via da digitalização deste setor, transformando a telemedicina na Região em prática recorrente, sempre que tal seja clinicamente possível.
O projeto MUSA - Modelo Único de Saúde nos Açores -, já adjudicado, está neste momento em fase de análise e planeamento, sendo expectável que até ao final do 3.º trimestre de 2024 tenhamos os primeiros testes da aplicação móvel que servirá os utentes e os profissionais de saúde.
Nos últimos três anos de governação, as famílias e as pessoas estiveram sempre em primeiro lugar.
E é nos momentos piores que essas famílias e essas pessoas precisam de mais ajuda, sobretudo as mais vulneráveis. Por isso, garantir a proteção social dos que se encontram em situação fragilizada é uma prioridade que se mantém, promovendo as respostas necessárias de apoio à infância, à juventude, aos idosos e à família, à invalidez, à pessoa com deficiência, às vítimas de violência doméstica, às famílias disfuncionais, aos toxicodependentes, aos sem-abrigo, aos emigrantes deportados, à pobreza e à exclusão social.
Os excelentes resultados dos últimos três anos não podem ser interrompidos – assim exigiram os açorianos.
Em termos demográficos, temos de continuar a lutar pela fixação da população, bem como pelo aumento da natalidade.
Por isso, o programa “Nascer Mais” será alargado a todos os concelhos da Região, apoiando os recém-nascidos com 1.500 euros.
No que respeita ao envelhecimento ativo, o Programa “Novos Idosos”, que é um exemplo da mudança de paradigma que o XIII Governo implementou nos Açores, será também replicado em todos os nossos concelhos em 2024, totalizando 425 idosos abrangidos.
O COMPAMID, que tem vindo a registar um crescimento exponencial de beneficiários, será alargado à pessoa com deficiência.
Outra medida impactante na vida das famílias, e que terá continuidade com o XIV Governo, diz respeito à gratuitidade de lugares em creche. Pretendemos assim aumentar o número de creches e mini-creches até à satisfação das necessidades e como instituir uma lista de espera única e centralizada para acesso a esta resposta social, respeitando a geografia e a comunidade.
Mas os excelentes resultados alcançados nos últimos três anos não nos devem impedir de inovar, e a Estratégia Regional para a Inclusão da Pessoa com Deficiência é disso um excelente exemplo que queremos implementar o quanto antes. Assente em oito eixos, envolvendo vários departamentos do Governo, este é já um documento de referência a nível nacional.
Há que continuar a reforçar as políticas de combate à pobreza e exclusão social, com a participação e cooperação ativa das IPSS e Misericórdias. Neste sentido, e após ter sido entregue à tutela em fevereiro, pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, pretendemos operacionalizar o Plano Regional para a Inclusão Social e a Cidadania (PRISC).
Vamos assim continuar a criar condições de desenvolvimento económico e de competências pessoais, e promover a inclusão social e laboral, quebrando o ciclo de pobreza.
Defendemos que este é o verdadeiro caminho para reduzir o número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção com capacidade de trabalho, no entendimento de que este é um apoio de carácter transitório. De forma sustentada, este número tem vindo a diminuir - em dezembro de 2023 registou-se uma diminuição de 9.300 beneficiários face ao período homólogo de 2019.
Por último, quero deixar uma palavra às instituições que formam o pilar da nossa Segurança Social.
O trabalho que vamos, a partir de agora, realizar juntos é de particular importância porque, como sabemos, o modo como uma sociedade cuida dos mais desfavorecidos, define-a na sua mais profunda humanidade.
E os mais desfavorecidos são precisamente, os que estão nas franjas da sociedade, lutando contra o desemprego, a pobreza ou a doença.”