Intervenção do Presidente do Governo - Comunicação

Presidência do Governo Regional

Texto integral da intervenção do Presidente do Governo, José Manuel Bolieiro, proferida hoje, em Ponta Delgada, na cerimónia comemorativa do 46.º aniversário da Universidade dos Açores:

“Hoje é dia especial na Universidade dos Açores.

Nós, os contemporâneos desta celebração, a celebração do quadragésimo sexto aniversário da Universidade dos Açores, enaltecemos, com orgulho e motivação, a história da nossa Universidade.

Estou convicto que interpreto o sentimento geral, dando a minha voz ao vosso/nosso pensamento, homenageando, com evocação sentida, os fundadores deste projeto de ensino superior nos Açores e todos os que os acompanharam nesta ambição de consolidação da Universidade dos Açores no sistema nacional de ensino superior público.

Uma responsabilidade do Estado. Uma ambição Açoriana, de sonhadores Açorianos, com elevado prestígio e capacidade, para passarem do sonho à realidade.

Não se tratou de um acaso, nem de uma oportunidade descontextualizada.

Por um lado, a revolução democrática em Portugal, o 25 de abril de 1974, e a compreensão do ensino como verdadeiro elevador de desenvolvimento social, cultural e económico, mudou o paradigma da responsabilidade do Estado, desde logo no ensino superior público descentralizado na sua oferta pelo País inteiro;

Por outro lado, a alma e a intelectualidade Açorianas, de ambição reforçada pela conquista constitucional, em curso, da Autonomia Política para os Açores, acentuaram a coragem, a dedicação e a capacidade concretizadora à causa. Primeiro, Instituto Universitário dos Açores e hoje a nossa Universidade dos Açores, sob o distinto e revelador acrónimo de UAç.    

É já um verdadeiro símbolo da nossa identidade e unidade plural. Com a sua inigualável condição tripolar, agregadora na nossa arquipelágica geografia e história. 

É por isso que, como cidadão e Açoriano, expresso a minha elevada satisfação por sentir o nascimento da nossa Universidade ligada, umbilicalmente, à Democracia em Portugal e à Autonomia Política dos Açores.

Com essa realidade, também a nossa Universidade se constituiu pilar civilizacional da nossa honrosa história coletiva mais recente.

A nossa Universidade dos Açores tem história e contexto galvanizantes e responsabilidade de conquistas de cultura, ciência, investigação e inovação, que nos podem e devem acalentar perseverança e esperança no futuro desta Academia.     

Uma Universidade Universal, como é por definição, mas também de uns Açores, “altos como as estrelas e livres como o vento”, no dizer de Manuel Ferreira.

Magnífico Reitor;

Minhas Senhoras e Senhores;

Confiamos no fomento do investimento na Educação, até ao ensino superior.

A igualdade de oportunidades tem que chegar ao mais alto nível e, portanto, ao ensino superior.

É facto que os tempos mais recentes têm sido difíceis e desafiantes. Temos de ser ainda mais fortes.

Mais fortes na nossa convicção e unidade, a favor do ensino superior público nos Açores.

A favor da nossa Universidade dos Açores, com a sua tripolaridade e singularidade!

Ao Estado não se pode permitir qualquer desresponsabilização neste dever democrático, de civilização, moderno e de futuro indeclinável.

À Região Autónoma dos Açores não se pode compreender qualquer desligamento de corresponsabilização pelo presente e futuro sucesso da nossa Universidade, do ensino superior nos Açores, do conhecimento, da cultura académica, da investigação, ciência e inovação, a que aqui podemos chamar e produzir.  

Magnífico Reitor;

O Governo dos Açores está firme neste entendimento e solidário com o presente e futuro da Universidade dos Açores.

Não vacilou, nem vacilará, na ação e na reivindicação.

Este não é, pela nossa parte, obviamente, o momento para escrutínio, nem para balanços e contas de pormenor.

Mas, ainda assim, é oportuno e adequado sinalizar duas ou três referências quantitativas e de comportamento.

O Governo dos Açores comprometeu-se a apoiar a Universidade dos Açores nos seus sobrecustos de tripolaridade, com a transferência de meio milhão de euros em 2021, já realizados a tempo e horas; 650 mil euros em 2022, já previstos e devidamente orçamentados. E com 800 mil euros para 2023. Para cumprir com honra à palavra dada.

O Governo dos Açores comprometeu-se recentemente a apoiar os centros de investigação, no valor de um milhão e sessenta mil euros, durante o mandato: 265 mil euros ano.

O Governo dos Açores comprometeu-se a apoiar a Universidade dos Açores em reequipamento científico, no montante de um milhão vinte e um mil e oitocentos e dois euros.

Compromissos assumidos e cumpridos. Pagamentos a tempo e horas.

Estes são os mais simbólicos, mas não se exclua do feito e da vontade de fazer, no presente futuro, todas as outras situações de apoio com caráter casuístico, mas de ordem patrimonial financeira ou logística.

Nós cumprimos e cumpriremos.

O Governo da República não cumpriu. Seremos solidários e ativos na justa reivindicação.

Solidários para sermos mais fortes na vontade de cumprir e fazer cumprir!

Mais fortes na esperança de superar as dificuldades!

Mais fortes na esperança de aproveitar as oportunidades da ciência e das novas tecnologias de investigação e desenvolvimento, associadas à nossa realidade.

Queremos para a Universidade dos Açores verdadeiro sucesso.

O seu desenvolvimento, mais consistente e mais consequente será bom para os Açores e para os Açorianos. Para o nosso futuro coletivo.

Está de Parabéns a Universidade dos Açores. Felicidades!

Viva a nossa Academia!

Muito obrigado!”